A história do bairros do Rio de Janeiro

Moradia, trabalho e lazer: Barra da Tijuca.

A Barra da Tijuca, junto a Região Central da cidade, talvez seja o carro chefe da economia carioca. Além de residências luxuosas, restaurantes de alta classe e diversos malls, o bairro é um importante polo econômico para o município, implicando diretamente na geração de centenas de empregos. Outrora, não muitas décadas atrás, o cenário era exatamente o oposto.

 

O princípio

A região da Barra da Tijuca era um vasto areal, repleta de alagadiços, dificultando o plantio e outras formas de exploração do solo. A partir desse ponto conseguimos entender o motivo tardio para o desenvolvimento do bairro. A atividade mais comum e, por sua vez possível, era a pesca, exercida em grande quantidade.

 

A origem do nome

Boa parte dos nomes de bairros, cidades e municípios do Brasil fazem alguma menção ao povo indígena, não seria diferente à Barra da Tijuca. Barra significa “depósitos de aluvião formados nas desembocaduras de rios e canais” que, se tratando do bairro, o depósito é formado pelo encontro das águas do conjunto de lagoas da região, dentre elas, a Lagoa da Tijuca com o Oceano Atlântico, através do Canal da Joatinga. Enquanto Tijuca vem do tupi, significando “água podre”.

 

O desenvolvimento da Barra da Tijuca

Hoje há desenvolvimento, urbanização, gigantescos shopping centers e centenas de condomínios, mas nem sempre foi assim. No começo, o bairro fazia parte da imensa Baixada de Jacarepaguá, sendo um local tomado por vegetações e mangues, como bem já mencionamos acima.

Se em outros pontos da cidade o avanço se deu com a implantação de bondes e trens, na parte oeste foram as estradas que induziram no processo de ocupação dos bairros.

 

Foi através do urbanista Lúcio Costa que a Barra da Tijuca saiu do papel para se tornar a realidade que conhecemos nos dias atuais. A partir do “boom”, na década de 60, momento de intenso processo de especulação imobiliária que a realidade foi sendo alterada. Diante do crescimento, em 1969, o governador do Rio de Janeiro, Francisco Negrão de Lima, convidou Costa – até então responsável pelo plano-piloto da cidade de Brasília – para elaborar o plano da Barra.

 

Lucio propôs uma urbanização racional e planejada, que abrangia uma área de 120 quilômetros quadrados – da baixada compreendida entre a Barra da Tijuca, o Pontal de Sernambetiba e Jacarepaguá –, trazendo um novo modelo urbano para a cidade, na tentativa de conter a ocupação caótica e desordenada já iniciada.


O plano partia da Rodovia BR-101, que virou a Avenida das Américas – o grande eixo que cruzava a região e não poderia ser alterado. A ideia do urbanista era que essa avenida se mantivesse como uma via expressa, sem sinais de trânsito e cruzamentos, com passagens de nível a cada quilômetro, para viabilizar os retornos dos carros e a travessia dos pedestres – o que não aconteceu.

 

Um bairro que propõe um novo estilo de vida

O local se tornou um verdadeiro chamamento para um novo estilo de vida, uma verdadeira minicidade dentro do município carioca. Você não precisa sair da Barra para ter acesso a serviços básicos como bancos, supermercados, shoppings, ou se ainda quiser diversão, a localidade te oferece uma gama de possibilidades que vão desde a praia a casas de show, sem esquecer das inúmeras salas de cinema.

O principal polo da zona oeste confere um status elevado, o que consequentemente trás valorização, sobretudo imobiliária, o que explica o fato de grandes empresas atribuírem seus endereços ao bairro.